terça-feira, 5 de maio de 2009

Sobre a Balada do 5º Ano Jurídico 88/89 (V) - Ricardo Tavares




É sempre complicado falar de uma obra de arte, seja ela qual seja. Principalmente quando essa obra de arte faz parte da vida de tanta e tanta gente por esse país fora, por esse mundo fora. Nem sequer me sinto, francamente, no direito de estar a escrever sobre esta obra de arte, de mandar palpites, observações, comentários a algo que serve de banda sonora na vida de muitos que um dia foram estudantes. Mas como o meu amigo João Paulo acha que eu posso dizer umas coisas sobre a Balada do 5º Ano Jurídico 88/89, não serei eu seguramente a contraria-lo, embora pudesse e devesse perguntar a outros bem mais avalizados do que eu sobre a matéria - a minha passagem pelo Fado foi algo efémera, portanto, sou caloiro nesta matéria...

Por tal, a melhor - e única - abordagem que me posso permitir fazer sobre a Balada do 5º Ano Jurídico 88/89 será a do plano dos afectos, do que verdadeiramente se sente quando se escuta em ambiente apropriado um tema com esta densidade, envolvência, que nos transporta para um turbilhão de emoções em simultâneo ao longo da interpretação da mesma, culminando com um profundo sentir daquilo a que se convencionou chamar de "Saudade" quando o tema termina. Aí, o coração aperta e a emoção embarga-nos, mesmo aos mais "duros" de roer...

Há temas que são belos, outros belíssimos, outros muito isto e muito aquilo. Há Fados que se interpretam e se gostam sempre de escutar. Há Fados ditos clássicos. Há Fados assim e outros assado. E depois temos a Balada do 5º Ano Jurídico 88/89. Um caso à parte, outro plano, outro patamar, outra dimensão, uma outra intemporalidade. E raras são as obras de arte como esta o é.


Ricardo Tavares

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