segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sobre a Balada do 5º Ano Jurídico 88/89 (IV) - Eduardo Coelho


Antes de mais, parabéns!

Dizia Fernando Pessoa que «O homem e a hora são um só». Peço daqui vénia para meter uma pequena colherada: «O homem, a hora e a obra são um só».

De facto, é impossível dissociar o momento, dos criadores, e estes, do resultado.

A «Toada Coimbrã» surge numa época em que a canção de Coimbra parecia incapaz de decidir o rumo a seguir perante a bifurcação «fado/balada» ou «romantismo/neo-realismo» ou, ainda, «lirismo/intervenção», e em que era notória a crise de criatividade da «briosa» - pelo menos, no que concernia ao aparecimento de uma solução de continuidade.

A «Balada do 5.º Ano Jurídico» representa, assim, uma certa forma de síntese entre aquelas tendências aparentemente opostas, provando que ainda não foi dita a última palavra e que ainda está longe de se cumprir a «profecia» atribuída a Hilário, segundo a qual «Ninguém mais será formado / Quando a velha academia / Deixar de cantar o fado.»

Ou não fossem os homens que a compuseram eles próprios «trilhadores» e «trinadores» de novos caminhos, recuperando - com uma certa dose de coragem, admitamos - o lirismo de que a Academia conimbricense parecia envergonhar-se...

Ao que vemos, haverá ainda muitas e boas «fornadas» de doutores!

Abraço fraternal do Porto!

Eduardo Coelho

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