sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Dizem de nós... (V)







ESPECTÁCULO TOADA COIMBRÃ-COIMBRA-CAFÉ SANTA CRUZ-06/12/2007


Foi uma noite de emoções...a emoção soltou-se na sala repleta de público para ser cúmplice activo nessa partilha...

Conseguia-se perceber aqui e ali a lágrima a escorrer pelos rostos dando voz a essa cumplicidade latente em cada minuto do espectáculo, em cada canção, em cada nota da guitarra, em cada palavra dita...cantada...

Foi o culminar de um percurso de vinte anos de memórias, de estrada, de serenatas, de tertúlias, de viagens, de canções e canção de Coimbra...

Apelidado já como um disco de carreira por uns, fica contudo como um tributo justo à Toada Coimbrã por todo este oceano de emoções e de canções...

Tocando na "sua" Coimbra que os viu nascer, gatinhar, crescer, tornarem-se homens...notou-se o nervosismo de todos os Toada Coimbrã, que o calor do público, o afecto do abraço sentido em cada um dos que os ouviam, fez diluir...

Para quebrar um pouco o gelo uma belíssima actuação da muito afinada Estudantina Universitária de Coimbra que emprestaram ao momento um pouco da irreverência própria da sua juventude, mas deixando-nos alguns bons temas..."aprende-se a dizer saudade"...

Depois...depois apagaram-se as luzes, abriram-se os corações e o silêncio imperou na cumplicidade dos olhares, no sorver de cada nota e de cada palavra, na partilha de cada emoção, na viagem pelo tempo, nesta Coimbra que todos "amamos" e aprendemos a "dizer saudade"...

Nessa saudade que nem a barreira do tempo fez quebrar, nesse retorno aos lugares e aos momentos da magia que ainda hoje abraça o sentimento de cada um e os faz retornar aos mesmos lugares vivendo os mesmo momentos com a distância do tempo mas seguramente saboreando cada segundo como se fosse o primeiro e o último...

Ouviram-se os primeiros acordes das guitarras...Ainda há capas ao vento, vento não há que as leve, e ouviu-se a Trova das Capas...Gaivotas que o vento norte não traz...obrigando-nos a ficar...deliciando-nos com o som da Toada Coimbrã e com a voz doce do Rui Lucas...

Na tua Ausência pensei palavras...cantou Alcides Sá esteves...e vivemos Nostalgia com Rui Lucas...Esse Olhar que ficou é como luz...seguindo com os dois belíssimos instrumentais...Toada Coimbrã e Triste devaneio...dos guitarristas António Vicente e João Paulo Sousa, majestosamente acompanhados pelos viola Jorge Mira Marques e João Carlos Oliveira...

Depois estivemos a recordar a Serenata à noite e embarcamos no Soneto d'amigo...De ti fica sempre uma canção...

Para o final e em apeteose ouviram-se as duas baladas de despedida...Não quero falar de saudade...o vento traz-me outra voz...ficou aqui a verdade...daquilo que somos nós...

Nos primeiros acordes da última canção soltou-se a emoção...Sentes que um tempo acabou...primavera de flor adormecida, qualquer coisa que não volta que voou, que foi um rio, um ar na tua vida...e as lágrimas correram pelas faces de muitos dos presentes...

E foi arrepiante...o coro desta balada entoado pela sala...

Capa negra de Saudade
no momento da partida
segredos desta cidade
levo comigo para a vida


Que melhor forma de terminar?

Por tudo, pela emoção da noite e pela noite de emoção, apetece-me dizer...Obrigado e Parabéns Toada...

Ficarei aqui à espera...inda que seja quimera...teu regresso acontecer...ficarei até morrer...

Ficaremos à espera de novas oportunidades de sermos actores e cúmplices...de partilharmos a emoção de voltarmos a estar de novo juntos...para vivermos de novo a nossa Coimbra e por isso ... De ti fica sempre uma canção...um verso que o coração soltou e nunca é tarde...

Um grande fra à Toada Coimbrã



Nota do Grupo: Com outro olhar marejado de lágrimas, mais uma vez, obrigado Eduardo...

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