quarta-feira, 22 de julho de 2009

CRÓNICAS DE CIMA DO PALCO – (COIMBRA 18.07.2009)


Bom, um dia destes precisamos mesmo de ir à bruxa.
Logo depois de almoço, uma chamada da Rosa Maria dava-nos conta da impossibilidade de comparência do Alcides fruto de problema de saúde que chegou imprevisto e na hora errada.
Ainda tentámos contactar alguns cantores para auxiliarem o Rui no programa da noite o que acabou por não se mostrar viável.
Daí, uma enorme cambalhota no programa que estava previsto e que acabou por ficar assim depois de um ensaio muito discutido:
- Balada do Mondego, versão de Artur Paredes
- Fado Corrido de Coimbra
- Contos Velhinhos
- Meu Fado
- Canto do Amor, de Carlos Paredes
- E alegre se fez triste
- Trova do Vento que Passa
- Triste Devaneio, de João Paulo Sousa
- Canto a Coimbra
- Ficarei até Morrer
- Trova das Capas
- Variações em Lá Menor, de Artur Paredes
- Traz outro amigo também
- Evocação a Coimbra
Aproveitámos o fim de tarde para visitar a mãe e a tia do Vicente que não compareceu por estar já de saída para férias. Foi bom revê-las e à sua boa disposição embora os anos não perdoem.
Depois do jantar lá rumámos ao local do espectáculo. Esperava-nos uma simpática e atenciosa funcionária da municipalidade, entidade responsável pelo programa.
Apesar de tudo Coimbra continua a ser madrasta da sua própria música, sobretudo quando estamos a falar duma programação essencialmente dirigida a turistas.
Se é verdade que o cenário da Praça Velha e das escadas da Igreja de S. Tiago são magníficos, já o mesmo não se pode dizer do cheiro nauseabundo e falta de limpeza que grassava no local. Se é assim que ali se pretendia fixar pessoas talvez não seja o caminho mais apropriado. Depois, também havia folclore junto da Igreja de Santa Cruz com o acréscimo de ruído que isso acarretava. Por fim, num sítio tão amplo e com barulho ambiente seria do mais elementar bom senso a existência de sistema sonoro… que, como se percebe, não estava lá.
Acresce ainda o pormenor do africano que contrariado foi obrigado a desmontar a sua tenda mesmo ao lado das cadeiras do público, já o espectáculo decorria. Mais barulho e factores de distracção. Acabou a sua tarefa já perto do final lembrando um concerto, salvo erro dos Génesis, em que o palco apresentava um cenário completamente montado e que ia desaparecendo ao longo da noite até ficarem só os instrumentos, no fim.
Apesar da nossa tarimba, estas coisas continuam a enervar quem pretende dar o seu melhor. No meu caso estampei-me logo na peça inicial, a “Balada do Mondego”. Depois as coisas normalizaram tendo o Rui brilhado a grande altura e mostrado que está de regresso à sua melhor forma aguentando sem esforço toda a apresentação. Só não conseguimos concluir com a Balada de 89, apesar dos pedidos, por o cansaço dele ser já evidente no final.
Quanto ao público presente uma única coisa a dizer: foi 5*****.
O João Carlos também trouxe uma claque familiar completa desde Castelo Branco.
Ainda assim um bom balanço coroado com alguns amigos presentes, o Rui Lopes, o Eduardo Pina e companheira, e “last but not least” o nosso querido Mestre Fernando Monteiro com quem nos alongámos em conversa numa oportunidade cada vez mais rara por estarmos fora de Coimbra.
Em Setembro lá voltaremos, e dessa vez, esperemos, todos, desta feita no Café de Santa Cruz.
Até lá, umas merecidas férias para todos nós.

1 comentário:

Anónimo disse...

É o chamado despejo musical. Falta de consideração pelos músicos e pelo seu trabalho. Mas se no essencial, o público, esteve 5 estrelas, já se ganhou um momento especial.

Cumprimentos
Pedras